O texto destaca a palavra "aporofobia," o medo ou aversão aos pobres, e discute como a filósofa Adela Cortina aborda esse tema em seu livro
A palavra do ano de 2017, eleita pela Fundación del Español Urgente (Fundéu BBVA), exprime uma realidade já existente há muito tempo e que foi compreendida e traduzida pela filósofa espanhola Adela Cortina: trata-se do neologismo “Aporofobia’’
Do grego ‘’á-poros: pobre, desamparado, sem recursos + fobia’’, significa o medo, aversão ou hostilidade às pessoas pobres e à pobreza. O termo iluimina uma realidade já conhecida e vivenciada, principalmente por refugiados, imigrantes e pessoas em condições de pobreza.
O livro ‘’Aporofobia: a aversão ao pobre, um desafio para a democracia’’ de Adela Cortina, publicado pela Editora Contracorrente, discorre sobre as razões desse fenômeno, as formas de compreensão dessas conjunturas bem como a busca para superar essa realidade social incontestável.
Desse modo, é de extrema importância a criação de um termo que contextualiza a prática social de marginalização dos mais fracos, do ponto de vista econômico, que também se constrói através de uma falta de reflexão dos elementos do pensamento, do sentimento e do comportamento, nos quais estamos todos, de uma maneira ou outra, envolvidos.
Nas palavras da autora, Adela Cortina, na introdução da obra,
‘’É o pobre que incomoda, o sem recursos, o desamparado, o que parece que não pode trazer nada de positivo ao PIB do país em que chega ou em que vive há muito tempo, o que, aparentemente, pelo menos, não trará mais do que complicações’’
O livro esclarece de maneira acessível e instigante, com exemplos cotidianos, como a aporofobia está interligada nas relações sociais, nas atitudes e comportamentos dos mais privilegiados economicamente para com os menos.
Se você se identifica, se interessa ou busca absorver as razões e possíveis soluções para a Aporofobia, a obra de Adela Cortina te faz mergulhar no assunto e traz conhecimentos novos para uma realidade não tão nova assim, mas que até o presente, precisa ser cada vez mais explorada e compreendida.